domingo, 9 de março de 2014

Crise existencial, só que não.

Essa semana estava eu fazendo "aquela" limpa no meu quarto, no meio de uma big-bagunça, e me deparei com duas agendas antigas, cheias de folhas em branco. Não quis jogar fora. Eu sou meio "acumuladora" e costumo guardar várias tralhas que não servem pra nada, mas têm valor sentimental, mesmo que esse sentimento seja meio insignificante. 
O caso da agenda é meio metafórico, não quis me desfazer porque ainda havia muitas folhas em branco e eu tenho fetiche por folhas em branco, mesmo que eu nem vá usá-las, vai que um dia eu use, né? Sim, tipo aquela do unicórnio, vai que precisa... As folhas em branco da agenda, no caso, representam dias que se passaram e eu não registrei nada, ou não lembrei de registrar, aí fico pensando: será que eu aproveitei esses dias e não tive tempo de escrever nada? Ou será que eu nem tive nenhum compromisso? Ou será que eu esqueci? Geralmente a gente lembra só de coisas mais marcantes, até já falei sobre isso, ou são coisas muito boas ou muito ruins. Aí pensando nisso eu lembrei que deveria registrar mais uma etapa da minha vida, pra posteridade...
A etapa que eu quero registrar hoje é o início da minha vida como Professora, porque é assim que sou chamada durante a semana, de segunda a sexta eu não tenho nome próprio. E sim, estou adorando. Sou praticamente um zumbi, acordo às 5h30, dou aula até as 22h, mas me sinto leve, satisfeita. Mais uma vez não me imagino fazendo outra coisa. 
No início do ano eu ainda não sabia o que seria de 2014, fiz algumas entrevistas, enviei currículos para inúmeras escolas e fiz duas seleções para professor. Passei nas duas seleções, no Colégio de Aplicação da UFSC e no Centro universitário de São José. Confesso que não acreditava muito que ia passar nem em um e nem em outro, mas passei e serviu para eu confiar mais em mim mesma. Mesmo sendo para professora substituta nos dois casos, a sensação de conquista é muito boa. Passada a euforia da contratação, vieram as aulas: Ensino Médio - 1ºs e 3º ano -, Graduação - Administração e Pedagogia. A primeira semana era tudo novidade, tanto pra mim quanto pros alunos, uns até mais velhos que eu. A frase mais ouvida foi: "Você é a professora? Pensei que era aluna". (inclusive no primeiro ano do ensino médio!) Depois da surpresa da minha cara de novinha (ui!), percebi o respeito pelas minhas aulas e fiquei satisfeita que minha escolha foi a certa. Saio flutuando de cada aula. Claro, sempre há aquelas bagunças, umas chamadas de atenção, mas até isso dá uma certa satisfação, porque faz eu me lembrar que isso é o mundo real e eu tenho que aprender junto com os alunos. Já se passou mais de uma semana de aula e o saldo até agora é bem positivo: fui convidada para participar de uma banca de TCC, para ser orientadora de um TCC e para ser madrinha da turma do 1º ano nas Olimpíadas do colégio. Pra quem não vive a profissão, talvez não saiba o que é a satisfação de fazer o que gosta, mas vou contar um segredo: é muito bom, todos deviam tentar!
Ainda falta muito pro término do ano letivo, mas espero que todos os dias me façam flutuar de alegria e satisfação e também que meus alunos possam sentir isso um dia, na profissão que escolherem.
Faz bem pra alma.