sábado, 19 de março de 2011

e agora?

E agora e depois e ainda há pouco e o tempo todo...
O tempo todo acontecem coisas com a gente, que supostamente são desconexas, mas o que as conecta é o fato de pensarmos nessas coisas... sim, nós somos o centro do nosso universo. Acho que eu já comentei isso algum dia, não é egocentrismo, é só ponto de vista... Mas acho que em um determinado momento esse meu ponto de vista se perdeu pelo caminho... Na vontade de ter "tudo" organizado, de querer tudo controlado, o foco se perde e ao invés de controlar a nossa própria vida a gente quer controlar outras coisas que estão fora de nosso alcance. O primeiro passo para mudanças é "querer", mas o segundo passo é "fazer" e não "continuar querendo", ou, esperar que "outros colaborem". Talvez muitas pessoas tenham repetido isso pra mim infinitas vezes, mas eu precisava ouvir não apenas com os ouvidos, talvez a melhor forma de entender certas coisas seja lembrando das palavras em um momento apropriado. E não, nunca é tarde para mudanças (mudanças positivas, sejamos otimistas!).
Eu sou supersticiosa e geralmente prefiro falar das coisas depois que elas aconteceram, mas aconteceu tanta coisa neste ínterim que agora me questiono o que é digno de ser narrado e o que não é.
Repito várias vezes que detesto psicologia de auto-ajuda e que desprezo livros do gênero e etc, mas passei por um tratamento "de introspecção" que valeu a pena... É bom se colocar em primeiro lugar, às vezes. Difícil é continuar fazendo isso, mas é possível.
Eu queria viver minha vida normalmente como se não tivesse ficado doente, porque vi depoimentos de pessoas que deixaram se dominar pela doença e viviam em função disso. Eu não queria parar de fazer nada do que eu gosto e fazia, mas eu me lembrei que eu já parei de fazer algumas coisas e que minha vida mudou e eu tenho que me adaptar... Me disseram que eu não tenho que fingir que a doença não existe, eu tenho que aceitar que estive doente porque as coisas só podem ir embora depois que elas chegam. Depois que comecei a tomar o remédio, meu cortisol estava controlado e num belo dia descontrolou-se e subiu absurdamente... O que isso significa? Sei lá!
Em parte eu acho que deixei "por conta" do medicamento e esqueci que o cushing existia. Mas a verdade é que remédios não fazem milagres, eu que preciso fazer mudanças. Mas essas mudanças não devem acontecer pra estar dentro das expectativas de outras pessoas, devem acontecer só pra mim e o resto é consequência...
Me dei o direito de ficar cinco dias "offline" (parece pouco, mas isso é uma grande batalha pra alguém que fica o dia inteiro, todos os dias, conectada à internet) O que eu descobri? Descobri que massagem nos pés é ótimo pra pensar (!!!) e que nós podemos aproveitar melhor o nosso tempo, se realmente quisermos...
Algumas vezes me senti como a Alice, com o pedacinho de bolo que dizia "coma-me" que fazia ela crescer e o líquido com o frasco que dizia "beba-me" que fazia ela diminuir, e me afoguei nas minhas próprias lágrimas pensando que "eu deveria seguir meus conselhos".
Não tenho todas as respostas pras minhas dúvidas (e se eu tivesse é lógico que eu não postaria abertamente num veículo da internet) mas a gente precisa externalizar de vez enquando... De novo presenciei a necessidade das pessoas de falar, ou de expressar seus sentimentos até mesmo no silêncio. Essa semana de tratamento complementar foi diferente de quando fiquei em SP, em tese, acredito que era pra ter sido mais fácil, mas foi um bom fight... Quando a gente tem que lutar contra e a favor de nós mesmos - ao mesmo tempo - o caso complica, mas a boa notícia é que a gente sempre vai sair ganhando.

e agora, um novo começo... (que assim seja!)